Alianças do amor!!
O amor tem a ver com os astros: é cósmico
À primeira vista, o amor é ótico.
O amor tem a ver com os átomos, é químico.
Quando louco de ciúmes, é neurótico.
O amor tem a ver com o sexo: erótico!
O amor se dissolve nos filtros: é líquido.
Nos calafrios da morte o amor é gótico.
Eu, cá, prefiro o vaporoso
Modo de amar das nuvens rotas
Almas - do poeta e da sua amada -
Unidas sem que se toquem suas gotas.
E quando brilha o sol no meio do céu,
E projeta um arco-íris na janela,
Não sei se é da minha, ou da nuvem dela,
A gota de amor que reflete esse anel!
Cassiano Ribeiro Santos
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Alquimia
O Desejo das ninfetas
Como halo nos cristais
Umedece as maçanetas
Incendeia os castiçais!
E se evola pelos guetos
Em volutas e espirais
envolvendo as estrelas
De arco-íris infernais!
Comentário do Autor:
Fiz ontem, dia sete de junho de dois mil e onze para
sublimar uma cantada que levei de uma linda garota de 16 anos! (fingi que não
entendi). Além do que, ela se apaixonou pela sabedoria emprestada das coisas
que,então, eu falava; sabedoria essa que a Deus pertence. Fosse ela se deitar
comigo e nenhuma sabedoria iria encontrar nesse corpo calejado de galo velho,
como não se atinge a colméia roendo o tronco por onde o mel escorre!
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Nostalgia - Cassiano Ribeiro Santos
A chuva que pela vidraça eu via
Em vapores perdida, no passado, nas colinas,
Em cântaros sobre as pedras, são neblinas
Onde o espaço se dissolve na melancolia
Da min’alma que no fluxo do tempo desce
Como um barco de papel sem destino
E nas dobras desse brinquedo de menino
Foge o passado, que inteiro, coalesce.
As folhas da memória são as velas, navego
Contra o tempo e a essa ânsia me entrego
De voltar à estival manhã da
origem
Mas de infinitas chuvas é feita a minha história
De vapores e neblinas são as velas da memória
E naufrago no oblívio e na vertigem!
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IMAGEM TEMPO
Por avenidas urgentes dois amantes
Separados em infinitos pontos no espaço
Vencem a distância com um simples passo
No breve tempo de infinitos instantes
Tempo e movimento são dados imediatos
Do pensamento e não se confundem
Com o espaço, que pode ser dividido
ao infinito
Maculando o espírito com esquemas abstratos
A simplicidade do movimento me assombra
O universo se comunga nesse momento
Do tempo que é um rio caudaloso e cuja
sombra
Posso vê-la nos amantes em movimento.
Cassiano Ribeiro Santos
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A missão do artista - A vida é a sombra de uma nuvem/ que corre
sobre a relva/ e no crepúsculo se vai!
O sentido da vida na arte se encerra
E sem a qual quem sua vida consuma
Tal vestígio de si deixa na terra
Qual a fumaça no ar ou, na água, a espuma
Mais breve que um vestígio, nossa vida
É no fogo do mundo efêmera centelha
Mas se tão cedo em cinza é convertida
também na eternidade se espelha
É nela que o artista grava seu nome
Na arte esculpida com o mesmo
Cinzél das horas que o consome
Pois não passam isentas de danos
As horas que vão limando os dias
Os dias que vão roendo os anos...
Nota do autor:
A primeira estrofe é de Leonardo da Vinci; a
última, de J. L. Borges; as duas do meio são minhas, emendando-as e acenando a
bandeira da poesia sobre os ombros de gigantes! Tal proeza se assemelha a por
um pé no Pão de Açucar, outro no Corcovado, e lavar o saco na Baía da
Guanabara!!!Cassiano Ribeiro Santos.
Comentário da amiga,Joyette Daud
Mesmo pisando em solos seguros como Da Vinci e
Jorge Luis Borges, é difícil equilibrar-se; mas você conseguiu fazer uma ponte
entre os dois com perfeita destreza, sem perder o fio da meada. Ficou ótimo o
poema !
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Blue Moon ( Lua Azul )
Cassiano Ribeiro Santos
A
lua, cristal feito de nuvens
Que o anil das
tardes condensa
E
no orvalho lentamente se esvai
É
o estanque sonho de todas as águas
Das
ondas que sobem,
Da
chuva que cai.
Quando
se turva a imagem da lua
Nas águas
arrepiadas pelo vento
De
ondulantes afagos,
Busco
o repouso no seu rosto
Que
também é uma lua
Refletindo nos olhos o azul de
dois lagos
Mas em vão. Os ventos da paixão tua imagem desfaz
Em ondas de lágrimas minha visão se
agita,
No azul de teus olhos vejo dilúvios de
orvalho.
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Prisma
Como dois espelhos conjugados
Em cristalinas imagens a insinuar
Que o tempo é instantâneo e infinito
Nosso olhar cintila o brilho de uma taça
Transborda de afetos o presente que passa
Revela futuro e passado que era símbolo e mito
Você vê a rosa do porvir nesse cristal do tempo
Eu vejo teus antepassados brindarem o sangue infinito
Venerados sejam os espelhos e as cópulas
Que multiplicam nossa carne e nosso espírito.
Cassiani Ribeiro Santos
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A flor do tempo
No livro da vida, obra aberta
Somos o papel, o estilo. São pétalas de rosa -
Quando sonhamos – as páginas vertiginosas
Espinhos, quando a vigília nos desperta.
As tardes iguais, feitas de medo e frio
São ásperos fascículos “in folio”
Suaves, porém, se lidas no escólio,
Dos sonhos que passam como um rio.
Vai se desfazendo a cada dia
Nas águas do oblívio e da agonia
O livro de sina venturosa.
Pétalas que o tempo, em lenta alquimia
Destila seivas, nutrindo com alegria
A vida que dos sonhos é a Rosa!
Quinta, 13 de outubro de 2011 às 00:32 ·
MUUUUITO BÃÃÃO!
ResponderExcluirInspirador
ResponderExcluirObrigado!
ResponderExcluirGostei muito 👏👏👏👏👏 parabéns
ResponderExcluirVocÊ por aqui, Dona Ravenna? Posso estar pisando em ovos...
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