terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Nossos Velhos Carrapatos


CASSIANO R. SANTOS

 QUARTA, 19 DE OUTUBRO DE 2011 ÀS 15:51





Em uma passagem lapidar de sua obra mestra, a Ética,
 
Benedito Espinhoso define o homem, no seu estado natural 

de servo das paixões, com um ente constituído de três afetos:

 honra, dinheiro e prazeres sexuais. Em seguida vai traçar o 

íngreme e heróico caminho que permite ao homem 

ultrapassar essa condição e se tornar um bem aventurado 

pensador! Vamos imaginar por um momento a vida desse 

homem escravo dos três afetos essenciais, e pensar o que 

costuma lhe acontecer quando não lhe advém tornar-se um 

pensador. Abstraindo os acidentes a que ele está submetido, 

assim como ao sábio, sua vida pode se prolongar por um 

tempo finito e indefinido. Ele irá se lançar na

busca desenfreada por aquilo que o afeta: Vasculhará os rios 

do kontike em busca de ouro, percorrerá as alcovas, seguindo 

os passos de Don Juan à procura do incerto amor das 

mulheres, e não hesitará em arriscar a própria vida para se 

tornar um herói e ser carregado em glória pelo seu povo. 

Isso, é claro, enquanto forças ele tiver, pois, tão logo ceda os 

arroubos da juventude, ele precisa sacrificar um destes 

afetos: Primeira opção, abandona o amor ao dinheiro e só 

pensa em honrarias e mulheres (o dinheiro geralmente 

servindo para estes fins, não mais como uma ânsia de 

acumular). A depender de seu temperamento ou de outras 

vicissitudes imponderáveis, poderá também desistir dos 

prazeres sexuais e se entregar a busca do sucesso e do 

dinheiro; por fim, outros podem dar uma banana para a sua 

reputação e viver entregue à cobiça do dinheiro e das 

mulheres (a maioria dos meus amigos é assim!).... Mas um 

dia, também essa disposição é devorada por saturno 

implacável e a idade lhos força a renunciar de novo! Tornam-

se idosos com apenas um afeto a guiar seus passos, como um 

carrapato pendurado e adormecido no galho de uma árvore 

indiferente ao mundo inteiro e afetado apenas pelo suor de 

um mamífero de sangue quente que, por ventura, passe 

embaixo. Será então um velho avarento feito o Scrooge de 

Dickens contando seu dinheiro escondido no colchão ou na 

bolsa de valores, sem se importar com honrarias ou 

mulheres. Será um venerável ancião cumprimentado 

cerimoniosamente por todos (fingindo não ouvir as chacotas 

dos mais jovens), solitário e parcimonioso com sua 

aposentadoria; ou, finalmente, se tornará um destes 

execráveis sibaritas, sem honra, sem dinheiro nenhum, 

enterrado nos prostíbulos, bajulando as putas para ter a sua 

dose diária de delícias entre coxas de cetim!!!

Você, caro amigo, já esolheu qual destes será o seu fim?

Ao escritor e poeta

                
          " Cristo não é circunstancial.Sua luz me basta. Não quero mais.

         Ele é o mesmo que achei um dia,na velha crença, na 
liturgia dos Oratórios .

         E nesse Cristo ainda persisto.Ele é a paz. A esperança."

E Por Falar em Saudade

  Saudade-
É solidão acompanhada.
É quando o amor ainda não foi embora,
mas o amado já ...
- Pablo Neruda –

sábado, 10 de novembro de 2012

10cc - I m Not In Love

 
Solidão,saudades,desamor, é um ir em correntezas...
Mister se faz buscar em cada dia a plenitude de ser vida.A soma das emoções de alegrias,naturalmente trarão a felicidade.Lutar contra a correnteza é uma ordem,para poder aportar onde há o amor.
silvia maria

 

A Violeta E A Rosa




Havia num bosque isolado uma bonita violeta satisfeita entre suas companheiras. 
Certa manhã, levantou a cabeça e viu uma rosa que se balançava acima dela, radiante e orgulhosa. 
Gemeu a violeta, dizendo: “Pouca sorte tenho eu entre as flores! Humilde é meu destino! Vivo pegada a terra, e não posso levantar a face para o sol como fazem as rosas.” 
A natureza ouviu, e disse à violeta: “Que te aconteceu, filhinha? As vãs ambições apoderaram-se de ti?” 
- Suplico-te, ó Mãe poderosa, disse a violeta. Transforma-me em rosa, por um dia só que seja. 
- Tu não sabes o que estás pedindo, retrucou a Natureza. Ignoras o que se esconde de infortúnios atrás das aparentes grandezas. 
- Transforma-me numa rosa esbelta e alta, insistiu a Violeta, tudo o que me acontecer será a conseqüência dos meus próprios desejos e aspirações. 
A Natureza estendeu sua mão mágica, e a Violeta tornou-se uma rosa suntuosa. 
Na tarde daquele dia o céu escureceu-se, e os ventos e a chuva devastaram o bosque. As árvores e as rosas foram abatidas. Somente as humildes violetas escaparam ao massacre. E uma delas olhando em volta de si gritou às suas companheiras: “Hei, vejam, o que a tempestade fez das grandes plantas que se levantavam com orgulho e impertinência.” 
Disse outra: “Nós nos apegamos a terra, mas escapamos à fúria dos furacões.” 
Disse a terceira: “Somos pequenas e humildes, mas as tempestades nada podem contra nós.” 
Então a rainha das violetas viu a rosa que tinha sido violeta, estendida no chão como morta. E disse: 
- Vejam e meditem, minhas filhas, sobre a sorte da violeta que as ambições iludiram. Que seu infortúnio lhes sirva de exemplo! 
Ouvindo essas palavras, a rosa agonizante estremeceu e, apelando para todas as forças, disse com voz entrecortada: 
“Ouvi, vós, ignorantes, satisfeitas, covardes. Ontem, eu era como vós, humilde e segura. Mas a satisfação que me protegia também me limitava. Podia continuar a viver como vós, pegada a terra, até que o inverno me envolvesse em sua neve e me levasse para o silêncio eterno sem que soubesse dos segredos e glorias da vida mais do que as inúmeras gerações de violetas, desde que houve violetas. 
Mas escutei no silencio da noite e ouvi o mundo superior dizer a este mundo: “O alvo da vida é atingir o que há além da vida.” Pedi então à Natureza – que nada mais é do que a exteriorização de nossos sonhos invisíveis – transformar-me em rosa. E a Natureza cedeu ao meu desejo. 
Vivi uma hora como rosa. Vivi uma hora como rainha. Vi o mundo pelos olhos de rosas. Ouvi a melodia do éter com o ouvido das rosas. Acariciei a luz com as pétalas das rosas. Pode alguma de vós vangloriar-se de tal honra? 
Morro agora, levando na alma o que nenhuma alma de violeta jamais experimentava. Morro, sabendo o que há atrás dos horizontes estreitos onde nascera. É esse o alvo da vida.” Gibran Khalil Gibran]

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Stevie Wonder - Ribbon In The Sky


Uma linda e suave noite!
Há muito tempo eu rezo por esta noite!Que uma estrela te guiaria ao meu encontro,para dividir comigo este dia especial
onde uma faixa estará no céu por nosso amor.


terça-feira, 23 de outubro de 2012

A Flor do Tempo


Cassiano Ribeiro Santos

No livro da vida, obra aberta
Somos o papel, o estilo. São pétalas de rosa -
Quando sonhamos – as páginas vertiginosas
Espinhos, quando a vigília nos desperta.

As tardes iguais, feitas de medo e frio
São ásperos fascículos “in folio”
Suaves, porém, se lidas no escólio,
Dos sonhos que passam como um rio.

Vai se desfazendo a cada dia
Nas águas do oblívio e da agonia
O livro de sina venturosa.

Pétalas que o tempo, em lenta alquimia
Destila seivas, nutrindo com alegria
A vida que dos sonhos é a Rosa!
Maravilhoso.A beleza cantada em versos!!!!!
Bela poesia que me tocou a alma.
" Atrás do horizonte,
o pôr do sol abraça minh'alma.
A brisa chega com o luar,
ocupando seu lugar.
 

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Assim diz o Poeta

 
O poeta é um fingidor
 E no fingir tão iracundo
 Que finge ser caprichos de um ator 
 As mágoas do seu coração profundo!
@Cassidy Brook (Cassiano Ribeiro)

Homenagem ao Poeta

 
    A PRECESSÃO DOS EQUINÓCIOS

Quem saberia pintar a solidão destes prados secos?
O desdém da pequena nuvem no céu de um azul retinto?
Não sou eu quem sente, do sol inclemente, o calor.
Sou eu e o sol, que somos um só, na sensação que sinto.

Levantei o lençol do Rio da Ema
E vi onde se esconde a noite escura
Vi estrelas sonolentas devorando um peixe morto
Lançando, com suas caldas, lama em meu poema.

Cansado de problemas e negócios
Por longitudes e latitudes dilaceradas
Me converto na equação das trovoadas
E “chuvo” na linha fina dos equinócios!


"Todos os livros possuem alma. A alma de quem o escreveu, a alma dos que o leram, que viveram e sonharam com ele."
....Carlos Ruiz Zafón....

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Sonhos Divinos

  Cassiano Ribeiro Santos
   sexta, 22 de Janeiro de 2010 às 10:18 ·

Voltei sonhando à casa da minha infância e contemplei pela janela do meu quarto o quintal, onde eu brincava de ser adulto e as tardes brincavam de serem eternas (se um dia descobrirem um parentesco entre os sonhos e a eternidade, entre a imaginação criadora e a alma do mundo, como pensava Avicenna, recordaremos, do nosso passado, bem mais os sonhos que aqui tivemos do que da vida que realmente vivemos). Voltando a fita, eu contemplava o quintal agora gigantesco, pois, para ali hospedar os sentimentos da infância, a percepção da época em que os lugares eram enormes fora ativada com certa dose de exagero. Era grande também a desolação por não haver ninguém ali além de mim a admirar, feito um Adão pecador, um paraíso perdido e sempiterno. Para meu grande estupor, ao fitar o céu, vi as nuvens caprichosas, à luz trágica do poente, encenarem episódios da minha infância que julguei extraviados nas curvas da memória: em uma longa faixas de cirros dilacerados pelo vento havia uma criança erguendo pelas patas dianteiras um animado cãozinho – era eu e duque, meu cachorro que, em lágrimas, um dia enterrei; gordos nimbos no horizonte tinham a forma de um menino sobre um tonel a rolar em mirabolantes piruetas e uma nuvem escura no meio do céu, projetando sua sombra no quintal, era o arquétipo da minha cerejeira em cujos galhos meus dedos inocentes disputavam com o vento uma pipa ali presa. O movimento das nuvens - presto andante - surpreendia-me por não desfazer as imagens, mas evoluir-lhas com a graça de um teatro japonês. Ver o trailer da minha infância comezinha, projetada nas lâminas hiperbóreas do céu, deu-me a embriagante sensação de DEUS estar por trás deste sonho, fazendo o back-up da memória e apascentando nos brancos rebanhos do céu a minh’alma de nefelibata.

Ótica Conjectural de um Pintor Voyeur!

 Por Cassiano Ribeiro Santos 
 Quinta, 21 de Julho de 2011 às 15:01
 


Quando, a luz se reflete, em uma superfície colorida e ilumina um espaço escuro, ela brilha com a cor da superfície refletora que lhe modula. A luz da manhã refletida na areia lampeja farpas amarelas e rebatida em cortinas vermelhas, projeta no teto do quarto um palor carmim.
 Nesse quadro de Pissaro, pintor pontilhista francês, vemos no rosto afogueado da moça espalhar-se um bronzeado verde musgo, marca persistente, para além das impressões fugidias, de uma tarde a flanar pelos verdes prados!



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