terça-feira, 19 de junho de 2012

Nada é mais majestoso do que a

vastidão e a quietude 

inconcebível do espaço!

 Essa quietude e vastidão que

permite ao Universo ser,

está também dentro de nós.
            

Divagações

Ficar só ,é avaliar nossos verdadeiros sentidos. Muitas vezes precisamos dessa solidão, para encarar nossos medos e dificuldades. Somos seres em busca de aprendizado, impulsionando o nosso íntimo íntimo a encontrar o caminho certo, buscando tomar atitudes diante dos obstáculos, que a existência nos impõe.
Gosto da solidão momentânea, aquela na qual faço análise, recompondo meu eu.
Nos dias atuais, buscamos parecer originais diferentes,criativos, vencedores,de bem com a vida,sorriso nos lábios,as vezes passando uma suposta felicidade,e a ideia de ser bem sucedido.Talvez seja este um distúrbio para fugir de nós mesmos,da solidão que o mundo nos impõe,do medo que nos aprisiona numa gaiola invisível.Estados de espírito como a SERENIDADE,a QUIETUDE, a cada dia vão ficando mais distantes diante do rítmo frenético da VIDA.Somos seres em evolução e ao que sabemos ela é pessoal e intransferível.
sílvia maria

terça-feira, 12 de junho de 2012

Muito amor e ternura!!!



Tantas mudanças, tantas escolhas, tudo é descartável, substituível, instantâneo. Só pensamos em nós mesmos, queremos prazer imediato, não suportamos frustrações, procuramos o controle remoto do amor... e um namoro igual da novela!
O amor é talvez a emoção mais intensa, e gera reações além do nosso domínio. Nada tem muita lógica, ficamos inseguros, temos medo de ficar sozinhos, medo de gostar de alguém, medo de demonstrar, medo do corpo, medo de perder... medo, medo, medo.
Quem ama o outro admira, respeita, tem conversas maduras e sinceras, ouve de verdade, compreende, apóia,uma parceria mesmo.A chamada cumplicidade.
Um mega 12 de junho, a todos os namorados num dia muito feliz com direito a ternuras e carinhos.Que o amor e o romantismo prevaleçam independentes de datas.Que sejam plenas e duráveis as emoções o amor,a felicidade.

domingo, 10 de junho de 2012

Amo-me Logo Existo



Sabemos, graças ao filósofo Espinosa, que os afetos são pertinentes aos corpos e que, principalmente, são exteriores a eles, isto é, relacionais. Todo afeto sendo afeto de um corpo sobre outro que lhe é, por definição, distinto. Calhou-me hoje pensar em um tipo muito singular de afeto. O afeto por si mesmo, cujo exemplo mais prosaico e fácil de experimentar seria a autoestima. Vamos mais longe e pensemos o amor que temos pela criança que fomos, pelo idoso que seremos. Quando perseguimos um sonho apenas por ele ter embalado nossa dourada juventude, quando nos emocionamos com a inocência da nossa infância, quando nos prevenimos para garantir o conforto e os cuidados necessários na velhice... Em todas essas atitudes, demonstramos um sentimento quase espiritual pelo nosso próprio eu. Diferente da autoestima - quando me afeto pelo indivíduo que sou, bienentendu, esse corpo que tenho agora -, nos outros casos, eu me afeto por algo que não existe mais (a criança que eu fui) ou que não existe ainda (o idoso que serei). Não se trata, portanto de afeto entre corpos, mas entre meu corpo e outra coisa incorporal que compreende a totalidade da minha vida para além do tempo dos corpos, o presente. Essa outra coisa é a minha alma. Para usar uma expressão cara ao Fernando Pessoa, “Alma Profunda de Origem Divina”! É a minha alma que se comove com os sonhos do passado e que se inquieta com os males do futuro! Tais afetos incorporais, aos quais um dia pretendo dedicar um estudo meticuloso, é a prova irrefutável de que temos sim, uma alma substancial e eterna! Que a compreensão dela seja para os filósofos do futuro como um “cogito cassiânico” e que uma nova filosofia espiritual possa ser construída a partir dessa pedra fundamental.
Cassiano Ribeiro Santos

Dia dos Namorados




Era um casal que tinha quase tudo para ser feliz: belos, inteligentes, porém não eram ricos, segundo a fórmula do Fitzgerald. Talvez lhes coubesse melhor a fórmula de Edgar Alan Poe, para quem a felicidade exigia outros critérios: ausência de ambição, uma vida ao ar livre e um verdadeiro amor! Também não serve, pois viviam em uma atribulada e poluída cidade. Vamos do meu jeito mesmo: eram dois jovens arrebatadamente apaixonados, e isso basta. Estava na véspera do dia dos namorados e cada um, secretamente, sonhava em dar ao outro um inesquecível presente. Eram pobres, por isso ainda moravam com os pais, e muito jovens para ousarem dar um grande salto de uma casa só deles. Pela manhã, passeando por uma avenida urgente, ela deparou-se com uma relojoaria e viu, na vitrine, uma linda pulseira de prata e aço. Lembrou-se que seu noivo usava um inestimável relógio, presente do seu avô no leito de morte, não o tirando para quase nada; mas a pulseira estava rota e ameaçava romper a qualquer hora. Pensou ter encontrado, enfim, o presente ideal. Pensou também: “tenho que comprá-lo, custe o que custar!”. Do outro lado da cidade – quase no mesmo horário, diria eu, se pudesse consultar seu estimado relógio -, Ele percorria as lojas de um shopping procurando um presente para a sua amada. Viu em uma joalharia um mimoso pente dourado, cravejado de rutilantes e coloridas pedras preciosas. Pensou nos lindos cabelos dela, em como ela amava passar horas no espelho penteando-os. Chegou mesmo a alucinar o pente a se perder nas melenas douradas dela, as pedras coruscando feito amistosas estrelas em u’a manhã em que o sol estivesse se atrasado! “Tenho que comprá-lo! Custe o que custar!” Voltou para casa pensando.
Chegou o dia! Era uma manhã de domingo e ambos acordaram no mesmo horário (agora posso consultar o relógio estimado, conto como no final), sedentos um do outro, como bêbados acordando de ressaca. Se encontraram na porta da igreja, o ofício já começado. Seguravam trêmulos um embrulho pequeno em cada mão. Ele se antecipou e lhe ofereceu sua cavalheiresca prova de amor. Ela abriu o pacote e retirou dele o dourado e precioso pente. Agradeceu com voz embargada, mas seus olhos denunciavam uma tristeza. Ele tremeu de medo em não ter agradado. Ela leu os pensamentos dele e, para não magoá-lo, retirou o lenço que cobria sua cabeça, deixando ver o que restara de suas lindas madeixas... Quase nada!
_ O que houve com seus cabelos?
_Vendi! Vendi para comprar o seu presente! – E assim dizendo estendeu-lhe uma pequena caixa. Antes que ele abrisse e retirasse dali a linda pulseira de aço e prata, ela percebeu que algo no seu pulso faltava.
_ Porque não está usando o seu relógio hoje?
_ Vendi! – Respondeu ele um pouco ruborizado. – Vendi para comprar o seu presente dos namorados!
Ambos se olharam pasmos e atabalhoados. Por alguns segundos apenas. Depois se desmancharam em uma estrondosa gargalhada que penetrou na igreja e fez os anjos sentirem inveja de tão despojada felicidade. Agora posso contar que sei a hora exata em que acordaram, pois fui eu o agiota que lhe comprou o relógio estimado e Silvia Maria Menotti, a quem esse texto é dedicado, foi a cruel cabeleira que passou o fio da tesoura nos dourados cachos!
Cassiano Ribeiro Santos
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