Autor:Cassiano Ribeiro Santos
Contam os historiadores que, na origem do cinema, logo após o uso dos cortes e montagens se espalhar e se tornar parte essencial da sintaxe fílmica, era comum a homens cultos e inteligentes se levantarem insatisfeitos acusando não ter entendido patavina do filme em função destes cortes e montagens onde o contínuo espaço temporal era subtraído. Suas mentes não estavam preparadas para isso. Definitivamente, não parece ser mais o caso do homem moderno que, aliás, por conta de sua imersão profunda nos meios audiovisuais, passa até a considerar deprimente uma vida prolongadamente linear, como ainda o é a vida natural. Como exemplo, cito um sonho ordinário que tive essa manhã. Estava ao lado de um pistoleiro que dormia na mira da arma, de atalaia, esperando por alguém. Assim que a vítima apareceu, ele começou a realizar os disparos. Mal disparou o primeiro tiro e eu me encontrei no lado oposto ao anterior, ao lado da vítima, vendo o cenário ao contrário e percebendo as balas percucientes vazar o peito do pobre coitado! Um corte radical. Evidente que os homens pré-cinematográficos tinham sonhos mais sublimes e poéticos do que nós temos hoje – estou supondo que cenas semelhantes a essa por mim sonhada seja muito comum a todos – mas, com certeza, não sonhavam com esses recursos. Pode ser, especulo temerariamente, que uma evolução biológica já esteja em curso e que nossas mentes hoje, mutantes, são capazes de compreender uma narrativa de modo não-linear, fragmentada e fractal; afinal, quase 10% da vida de um homem moderno já é feita por percepções dessa natureza e as vantagens dessa adaptação já são bastante palpáveis. Admiramos a velocidade vertiginosa com que as crianças manipulam gadgets de avançada tecnologia, mas pode ser quê, para além da curiosidade e frescor mental delas, já haja nesse fenômeno algum gene modificado por mutação e selecionado por vantagem adaptativa, em ação. Pesquisem! Se quiserem por o meu nome nessa nova mutação, eu, que também sou meio mutante... Pas de probléme!
Contam os historiadores que, na origem do cinema, logo após o uso dos cortes e montagens se espalhar e se tornar parte essencial da sintaxe fílmica, era comum a homens cultos e inteligentes se levantarem insatisfeitos acusando não ter entendido patavina do filme em função destes cortes e montagens onde o contínuo espaço temporal era subtraído. Suas mentes não estavam preparadas para isso. Definitivamente, não parece ser mais o caso do homem moderno que, aliás, por conta de sua imersão profunda nos meios audiovisuais, passa até a considerar deprimente uma vida prolongadamente linear, como ainda o é a vida natural. Como exemplo, cito um sonho ordinário que tive essa manhã. Estava ao lado de um pistoleiro que dormia na mira da arma, de atalaia, esperando por alguém. Assim que a vítima apareceu, ele começou a realizar os disparos. Mal disparou o primeiro tiro e eu me encontrei no lado oposto ao anterior, ao lado da vítima, vendo o cenário ao contrário e percebendo as balas percucientes vazar o peito do pobre coitado! Um corte radical. Evidente que os homens pré-cinematográficos tinham sonhos mais sublimes e poéticos do que nós temos hoje – estou supondo que cenas semelhantes a essa por mim sonhada seja muito comum a todos – mas, com certeza, não sonhavam com esses recursos. Pode ser, especulo temerariamente, que uma evolução biológica já esteja em curso e que nossas mentes hoje, mutantes, são capazes de compreender uma narrativa de modo não-linear, fragmentada e fractal; afinal, quase 10% da vida de um homem moderno já é feita por percepções dessa natureza e as vantagens dessa adaptação já são bastante palpáveis. Admiramos a velocidade vertiginosa com que as crianças manipulam gadgets de avançada tecnologia, mas pode ser quê, para além da curiosidade e frescor mental delas, já haja nesse fenômeno algum gene modificado por mutação e selecionado por vantagem adaptativa, em ação. Pesquisem! Se quiserem por o meu nome nessa nova mutação, eu, que também sou meio mutante... Pas de probléme!
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