A chuva que pela vidraça eu via
Em vapores perdida, no passado, nas colinas,
Em cântaros sobre as pedras, são neblinas
Onde o espaço se dissolve na melancolia
Da min’alma que no fluxo do tempo desce
Como um barco de papel sem destino
E nas dobras desse brinquedo de menino
Foge o passado, que inteiro, coalesce.
As folhas da memória são as velas, navego
Contra o tempo e a essa ânsia me entrego
De voltar à estival manhã da origem //
Mas de infinitas chuvas é feita a minha história
De vapores e neblinas são as velas da memória
E naufrago no oblívio e na vertigem!
Cassiano Ribeiro Santos
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